quarta-feira, 18 de abril de 2012

A escola da Escolha ou a escolha da escola?

Recebi esse texto da escola do meu filho, que é fantástica por sinal.
Acho que a Rosely  Sayão consegue traduzir algumas questões importantes  e principalmente vale lembrar que não existe escola perfeita!

Muitos pais enfrentam uma situação tensa: esta é a hora de tomar grandes decisões a respeito da matrícula escolar para o próximo ano.

O ato de escolher em geral não é fácil, e isso fica mais evidente quando o que está em questão é o anseio de uma boa educação e da melhor formação para o filho enfrentar o futuro.

Para complicar, os pais têm de dar conta de dois tipos de pressão: as internas e as externas. As primeiras dizem respeito às suas aspirações em relação à vida escolar do filho. Os pais querem acertar e, para tanto, buscam algumas garantias.
Esse movimento é salutar, mas tem provocado uma reação curiosa: os impasses a que se chega. Alguns leitores que escreveram a esse respeito mostram que terminaram, ao que parece, num beco sem saída.

Já as pressões externas são cruéis. De um lado, jornais e revistas fazem reportagens minuciosas a respeito dos vários tipos de escola, dos métodos, das propostas político-pedagógicas, do ensino laico e do confessional, da inclusão etc. Eu li várias dessas matérias, e elas me deixaram perplexa. Cheguei à conclusão de que os pais talvez devessem fazer um curso de pedagogia em dez aulas para conseguir entender e utilizar tanta informação em linguagem especializada.

E as pressões sociais? São expressas pelas propagandas das escolas, pelos rankings escolares, pelas opiniões de profissionais e de conhecidos, entre várias outras. Isso sem falar nos testes que muitas escolas fazem para selecionar seus futuros alunos e do "feedback" que dão aos pais. A mãe de um garoto que iniciará o ensino fundamental recebeu da escola um parecer que a deixou inquieta.
Famosa por aprovar alunos nos vestibulares concorridos, a escola informou que seu filho não tinha o perfil adequado para freqüentá-la.
Salve-se quem puder com tanta confusão com aparência sofisticada! E o que os pais precisam realmente saber? Vamos simplificar a questão.

Item um: escola boa é a que se dispõe a atender qualquer tipo de criança ou de jovem. As escolas que têm um perfil ideal de aluno são as que têm objetivos mais importantes do que o de educar. São as que querem atender apenas os que já chegam "formatados" às finalidades a que se propõem. Esse é o tipo de escola que exclui, não importa qual o tipo de exclusão que pratica. Os pais precisam considerar que o filho muda sempre. Isso significa que, a qualquer momento, um aluno pode experimentar um perfil diferente do inicialmente vivenciado e ser excluído.

Item dois: métodos são apenas procedimentos que a escola utiliza para chegar a determinado resultado. Qual o resultado sensato a se esperar de qualquer método? Que seus alunos aprendam a disciplina necessária para o acesso ao conhecimento sistematizado e os requisitos importantes para a convivência social com respeito, justiça e solidariedade. Para tanto, não é preciso conhecer o método baseado na teoria socioconstrutivista, montessoriana, waldorfiana etc.

Item três: a melhor escola é aquela em que a família confia e à qual delega autoridade educativa. Vale um lembrete: escola perfeita não existe.

Item quatro: as crianças e os jovens têm condições de enfrentar quaisquer adversidades da vida escolar. Para tanto, basta que freqüentem uma escola que considere as dificuldades como desafios a enfrentar, e não como obstáculos ao ensino.

Item cinco: como escola não é clube, a ambiência física importa menos do que a ambiência educativa. Por último: como são os professores que praticam a educação escolar, eles devem ser respeitados e considerados pela escola.
A escolha da escola é mais simples do que parece. O que realmente tem valor é que os pais tomem sua decisão e a honrem, pelo menos até que o pacto de confiança inicial seja desfeito irremediavelmente.

Um pouco da minha história Psi...

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Profissional com mais de 14 anos de experiência clínica. Especialista em Saúde Mental pela UNIFESP. Cursa o 3 ano no curso: Formação em Psicanálise no Instituto Sedes Sapientiae. Convencida de que para exercer a psicanálise o tripé: Análise pessoal, supervisão e conhecimento teórico, tem que acontecer!