terça-feira, 30 de agosto de 2016

Explicar para quê?

Tantos nomes, tantas explicações para quê mesmo?

Quantas pessoas aparecem no consultório querendo saber qual o nome da sua doença, ou  mais precisamente qual é seu CID...

Eu penso e digo que saber, nomear ou explicar não cura...

A explicação não cura, me apoio em Freud que dizia :o que "cura"é reduzir a carga emocional ligada a lembrança traumática.

Lembro de uma professora do curso de Formação de Psicanálise falar: O dentista me contar, no auge da minha dor, que ela se dá por conta de uma cárie profunda e explicar o procedimento que ele fará, apesar de cuidadoso, o saber concretamente o por quê, ou o diagnóstico não vai aliviar a minha dor! Apenas se eu tratar sim! Isso ela falava pois no começo, estávamos encantados em poder conhecer os meios para se classificar uma estrutura mental, mas isso NÃO AJUDA em nada o paciente!Pelo contrário, classificá-lo só o limitaria.

sábado, 13 de agosto de 2016

A importância da posição depressiva, estudando Melanie Klein

A posição depressiva é posterior à posição Esquizoparanóide, ocorre por volta dos 4 meses e é progressivamente superada durante o primeiro ano de vida, ainda que possa ser encontrada durante a infância e reativada no adulto, particularmente nas situações de luto e estados depressivos.
Com o desenvolvimento do ego do bebê, ele vai progressivamente percebendo que o mesmo objeto que odeia (seio mau) é o mesmo objeto que ama (seio bom). Seu ego já tem maturidade suficiente para perceber que ambos registros fazem parte de uma mesma pessoa. Dessa forma, a clivagem (ou cisão) do objeto vai sendo abrandada, pois agora há a percepção de que  as pulsões libidinais e hostis estão sendo direcionadas ao objeto em sua totalidade, o que desencadeia um outro processo.
Com essa percepção, a angustia recai de forma diferente, pois o bebê percebe como perigo eminente a perda da mae, em consequência do sadismo experimentado por ele nesta fase. O bebê teme perder o seio bom, pois fantasia que seus ataques de ódio e voracidade o possam ferir ou aniquilar. Este medo da perda do objeto bom é chamado de ansiedade depressiva.
Esta angustia é combatida pela utilização de mecanismos de reparação co gra a angustia depressiva e suplantada, quando o objeto amado é introjetado de forma estável e tranqüilizante. É na posição depressiva que o bebê adquire a capacidade de amar e respeitar os objetos como distintos e separados dele.
Síntese:
Melanie Klein diz que o psiquismo possui um funcionamento  dinâmico entre as posições Esquizoparanóide e depressiva, que tem inicio no nascimento e termina com a morte. As neuroses, esquizofrênias e depressão sao analisadas a partir dessas duas posições. Dessa forma, na analise kleiniana, não adianta trabalhar o sintoma se nao trabalhar os processos que levaram ao seu surgimento, que envolve as ansiedades do tipo persecutória e depressiva.

Um pouco da minha história Psi...

Minha foto
Profissional com mais de 14 anos de experiência clínica. Especialista em Saúde Mental pela UNIFESP. Cursa o 3 ano no curso: Formação em Psicanálise no Instituto Sedes Sapientiae. Convencida de que para exercer a psicanálise o tripé: Análise pessoal, supervisão e conhecimento teórico, tem que acontecer!